REGIÃO SETÚBAL

Na península de Setúbal, os vinhedos situam-se em dois tipos de zonas, sendo que uma possui vinhas plantadas em solo argilo-calcário, com altitudes a rondar os 100 e os 500 metros, nas encostas da conhecida serra da Arrábida, que protegem também as vinhas das excessivas interações com o oceano Atlântico; a outra, que representa a maior zona de produção de uva da região (80%), é plantada em planície de baixa altitude, em solos de areia de elevada pobreza e com adaptação à produção de uva de qualidade. Climaticamente, a península de Setúbal apresenta um clima mediterrânico temperado, com verões quentes e secos e invernos amenos e chuvosos, consequentes da influência atlântica nesta região.

A seleção das castas na região para produção de vinhos tintos recai, com maior encepamento, sobre o Castelão e, com menos quantidade, o Alfrocheiro e a Trincadeira. No entanto, cada vez mais, os vinhos evoluem no sentido de utilizar já outro tipo de castas nacionais e internacionais, produzindo, assim, vinhos com um carácter mais internacional.
Na escolha, as castas são o Fernão Pires, Arinto e o Moscatel, utilizado na produção de vinhos brancos, bem como do generoso/fortificado de Setúbal (Moscatel de Setúbal). As principais características dos vinhos desta região são os aromas florais, nos vinhos brancos, e o carácter exclusivo e frutado, nos tintos. 

No entanto, um dos vinhos mais famosos e apreciados, tanto nacional como internacionalmente, é um dos seus vinhos generosos/fortificados, elaborados a partir da casta Moscatel e Moscatel Roxo, tendo estas características ímpares, como a sua capacidade aromática intensa, com notas de flor de laranjeira, cheio, corpulento na boca e de carácter melado, que, ao envelhecer, melhora a sua complexidade, revelando notas de fruta, passas, café e, por vezes, frutos secos.